Friday, February 19, 2010

As Técnicas de Si, Foucault


*regras, deveres, proibições da sexualidade
- atos permitidos e proibidos
- sentimentos representados, pensamentos e desejos
-auto-asucultação do sentimento, do movimento da alma, do desejo sob formas ilusórias
as proibições sexuais obrigam a dizer a verdade sobre o si

Objeções (culturais):

*a tarefa que incumbe o indivíduo de analisar o seu desejo sexual é mais importante do que analisar todos os seus outros atos - como o ato da confissão sublinhava;

*comportamento sexual está submetido às regras do segredo, decência e modéstia
= sexualidade
= proibição verbal + obrigação de dizer a verdade
= esconder o que se faz + decifrar quem se é

*o que é que constrangeu o sujeito do ponto de vista histórico? a obrigação de dizer a verdade ou as proibições sobre a sexualidade? da relação entre ascetismo e verdade.


Questão?
* uma vez que certos saberes sobre o si são advindos do preço a pagar por determinadas formas de proibição, o que se deve conhecer de si a fim de aceitar a renúncia?

- a reflexão conduz Foucault pela hermenêutica das técnicas de si na prática pagã e depois pela cristã dos primeiros tempos.

- obstáculos à reflexão:
1) o cristianismo está mais atento à história das suas crenças do que à sua prática efectiva;
2)a hermenêutica das práticas de si não se encontra organizada de forma doutrinal;
3) confusão entre concupiscência, pecado, perda da graça,...
4) é difícil isolar a hermenêutica de si das experiências espontâneas pela razão de se ter espalhado e infiltrado em toda a cultura ocidental.


Contexto do Estudo

*Foucault tem o objectivo de elaborar uma história do saber que os homens elaboram deles próprios: "O essencial não é tomar esse saber e nele acreditar piamente, mas analisar essas pretensas ciências como outros tantos “jogos de verdade”, que são colocadas como técnicas específicas das quais os homens usufruem para compreenderem aquilo que são." (pág.2)

** as técnicas dividem-se em 4 grupos:

1) técnicas de produção (produzir, transformar e manipular objectos)
2) técnicas de sistemas de signos (signos, sentidos, símbolos, significação)
3) técnicas de poder (determinam a conduta dos indivíduos, objectivando o sujeito em relação a fins ou à dominação)
4) técnicas de si (operações sobre o corpo, alma, pensamento,condutas, modos de ser que os próprios sujeitos efectuam sobre si ou sobre outros, com o objectivo de alcançarem um certo grau de felicidade, pureza, sabedoria, perfeição ou imortalidade).

"É raro que esses quatro tipos de técnica funcionem separadamente, mesmo porque cada tipo está associado a uma determinada forma de dominação. Cada um desses tipos implica em certos modos de educação e de transformação dos indivíduos, na medida em que se trata não somente, evidentemente, de adquirir certas aptidões, mas também de adquirir certas atitudes." (p.2)

*as técnicas de si e as técnicas de poder são as que interessam Foucault. "Chamo "governamentalidade" ao encontro entre as técnicas de dominação exercidas sobre os outros e as técnicas de si. (p.2)







*Fonte: http://vsites.unb.br/fe/tef/filoesco/foucault/tecnicas.pdf

Thursday, February 18, 2010

Michel Foucault, Silêncio, Sexo e Verdade - entrevista

  • Silêncio é liberdade. Há numerosos silêncios.
  • "Eu penso que o silêncio é uma das coisas às quais, infelizmente, nossa sociedade renunciou. Não temos uma cultura do silêncio, assim como não temos uma cultura do suicídio. Os japoneses têm. Ensinava-se aos jovens romanos e aos jovens gregos a adotarem diversos modos de silêncio, em função das pessoas com as quais eles se encontrassem. O silêncio, na época, configurava um modo bem particular de relação com os outros. O silêncio é, penso, algo que merece ser cultivado. Sou favorável que se desenvolva esse êthos do silêncio." Foucault
  • "Eu tenho dificuldade em ter a experiência do prazer. O prazer me parece ser de um controle muito difícil. Isso não é tão simples como usufruir das coisas. Eu devo confessar que é meu sonho. Eu gostaria e espero morrer de overdose de prazer, qualquer que seja. Porque eu penso que é muito difícil, e tenho sempre a impressão de não experimentar o verdadeiro prazer, o prazer completo e total; o prazer para mim está ligado à morte. (...) Eu não sei conceder a mim nem aos outros, esses prazeres intermediários que criam a vida cotidiana. Esses prazeres não significam nada para mim e eu não sou capaz de organizar minha vida de maneira a deixar um lugar pra eles. É a razão pela qual eu não sou nem um ser social, nem sem dúvida, no fundo, um ser cultural; e isso é o que faz de mim algo de entediante na vida cotidiana. Viver comigo, que chato!"

    (...)

    "Se você entende por "ética" um código que nos diga de que maneira devemos agir, então, claro, a História da sexualidade não é uma ética. Mas se por "ética" você entende a relação que o indivíduo tem consigo mesmo, quando age, então eu diria que ela tente a ser uma ética, ou ao menos mostrar isso que poderia ser uma ética do comportamento sexual. Essa seria uma ética não dominada pelo problema da verdade profunda que rege a realidade de nossa vida sexual. Penso que a relação que devemos ter conosco, quando fazemos amor, é uma ética do prazer, da intensificação do prazer. "




*ver o pdf completo em http://vsites.unb.br/fe/tef/filoesco/foucault/silencio.pdf - obrigada por esta página existir! é uma pena que haja tantos erros de língua portuguesa nestas traduções (pontuação, verbo ver, substantivo cidadão - plural (?)...!, etc...)

Amor e Paixão // Love and Passion segundo Foucault



Alguns pontos interessantes:

Some interesting points:



"O desejo é do domínio do amor. O amor é um estado isolado. Pode-se perfeitamente amar sem que o outro ame. É por isso que o amor é um estado de solicitações de um para o outro. É aí que reside a sua fraqueza, porque um pede sempre algo ao outro. O amor é um estado de graça, de afastamento. É também egoísta pois não olha o parceiro. O amor é menos ativo do que a paixão. Mas o amor pode tornar-se paixão."

"The desire belongs to the realm of love. Love is an isolated state. You can perfectly love without the other one loves you back. That's why love is a state of solicitations of one to the other. That's where their weakness resides because one always asks something to the other one. Love is a state of grace, and therefore of distance. It is also selfish because it doesn't look at the partner. Love is less active than passion. But love can become 

passion."    



"Paixão é um estado de sofrimento mútuo e recíproco e constitui a verdadeira comunicação. A paixão tem uma grande força comunicativa. Na paixão há uma qualidade de sofrimento-prazer, que se pode designar por sadismo ou masoquismo. "O que é a paixão? É um estado, é algo que te toma de assalto, que se apodera de ti, que te agarra pelos ombros, que não conhece pausa, que não tem origem. Na verdade, não se sabe de onde vem. A paixão simplesmente vem. É um estado sempre móvel, mas que não vai em direção a um ponto dado. Há momentos fortes e momentos fracos, momentos em que é levada à incandescência. Ela flutua. Ela balanceia. É uma espécie de instante instável que se persegue por razões obscuras, talvez por inércia. Ela procura, ao limite, manter-se e desaparecer. A paixão se dá todas as condições para continuar e, ao mesmo tempo, para se destruir a si própria. (...)Nestas situações de paixão não se é quem se é. Não tem mais sentido de ser quem se é. Vê-se as coisas muito diferentemente."


"Passion is a state of mutual and reciprocal suffering and that constitutes true communication. Passion has a strong communicative strength. In passion there is a quality of suffering-pleasure that you can call sadism or masochism. What is passion? It is a state, something that takes you by assault, that takes over you, that takes you by the shoulders, that doesn't know any pause, that has no origin. In truth we don't know where it comes from.  It simply arrives to our lives. It is a mobile state, that doesn't move towards any defined point. There are strong moments and weak moments, moments that fire us up. Passion fluctuates. It also swings. It is a sort of unstable moment that you go after for obscure reasons, maybe even by inertia. At its limit, passion looks forward to maintain itself and then disappear. Passion gives itself all the conditions to go on, and at the same time to destroy itself. (...) In these situations of passion you are not who you are, There is no more sense in being who one is. You see things very differently." 


Michel Foucault, Estados de Paixão - conversa com o cineasta Schroeder


* ver o pdf completo - um obrigada por esta página existir! - http://vsites.unb.br/fe/tef/filoesco/foucault/estadosdepaixao.pdf

Some interesting links on Portugal, its History and portuguese speaking countries:


História de Portugal

História de Portugal, vol.1


  • História de Portugal, vol.2
http://video.google.com/videoplay?docid=-4004942381155327700&hl=pt-PT

  • História de Portugal, vol.3 (da Expansão à Restauração)
http://video.google.com/videoplay?docid=4499963711090685742&hl=pt-PT

  • História de Portugal, vol.4 (Iluminismo - Pombalismo)
http://video.google.com/videoplay?docid=-8106067785649082618&hl=pt-PT


A exploração económica do Brasil permitiu ao endividado Portugal do séc. XVII organizar 2 milhões de cruzados para a guerra da Restauração que perdurou 27 anos (1640 - 1667). O Brasil passou a ser exportador de peles para a Europa. Do lado espanhol havia grandes dificuldades - tinha acabado a exploração das minas de prata do Perú e as dificuldades económicas levaram à deposiçao de Afonso VI. A Espanha reconheceu então a independência de Portugal do ponto de vista económico. Criaram-se fábricas de vidro, sedas, cortumes. Em 1698/99 foram descobertos aluviões de ouro em Minas Gerais e até 1760 - ano em que começaram a esgotar-se - estes permitiram criar alguma riqueza pública e privada em Portugal (o Palácio de Mafra é exemplo da construção de obras públicas por parte de D. João V; no Rio de Janeiro, o Palácio do Governo, o Aqueduto das Águas Livres). D. Joao V fez uma política de prestígio e morreu em 1750, sucedendo-lhe D. José. Este escolheu para o governo o Marquês de Pombal, título que lhe foi outorgado depois de assumir o cargo de PM. As linhas políticas de Pombal eram:

- eliminar forças que pudessem prejudicar o rei (jesuítas, clero, nobreza)
- modernizar as estruturas do estado (depois da guerra da independência, o estado estava enfraquecido e por isso, acabou com a divisão entre cristãos velhos e novos)
- fomentar a economia capitalista e apoiar-se sobre a alta burguesia (ex: vinho do porto passou a estar nas mãos do estado e dos empresários portugueses)
- re-organizar o colégio dos Nobres e a Universidade de Coimbra;

O momento mais complexo dos 25 anos da administração pombalina foi o terramoto de 1755. O Marquês, no entanto, não fugiu de Lisboa. Permaneceu a trabalhou. "Agora enterram-se os mortos e cuida-se dos vivos". Hoje a cidade reflecte a ideia que o marquês tinha do Estado: o poder não tem curvas: não há, por exemplo, igrejas mais altas que o resto dos edifícios). A família Távora foi inculpada e executada pelo Marquês pelo atentado que D. José sofreu e até à actualidade não se sabe se foram realmente os Távora que cometeram o crime. D. José morre em 1777 e Pombal foi deposto. A rainha D. Maria I manteve o foco sobre a educação e a cultura.

Houve nesta fase imensas convulsões europeias, depois da Revolução Francesa. O que passou a Luis XVI e a Maria Antonieta mostrou que a monarquia tradicional e antiga corria risco. Todas as monarquias se uniram para derrubar o regime revolucionário francês. E Portugal entrou em 1794, como aliado de Espanha contra França. Os espanhóis fizeram contudo as pazes com França e Portugal ficou sozinho em guerra com a França. A coroa portuguesa dependia do comércio com Inglaterra e, por isso, França decretou o Bloqueio Continental: os ingleses continuaram todavia a usar os portos portugueses. Como segundo passo, França exigiu que Portugal declarasse guerra a Inglaterra e prendesse todos os ingleses que se encontrassem em território português. Mas isso também não aconteceu. Assim, Napoleão invade Portugal em 1806 através do general Junot. A corte foge para o Brasil. D. João VI, o filho da rainha louca, abriu os portos do Rio de Janeiro ao comércio internacional. Bonaparte tem um plano de reforma para toda a Europa. Em 1808 os ingleses invadem Portugal contra Napoleão, Junot. Tiveram lugar em Portugal três invasões napoleónicas, mas os franceses foram eliminados. O congresso de Viena em 1815 teve por base os 3 poderes. Brasil e Portugal passam a ser uma nação. Quem é soberano é o povo e houve uma laicização da cultura. A soberania foi delegada em representantes.

O desejo de em Portugal haver um estado de tipo moderno, uma Constituição fez com que em 1817 houvesse uma primeira tentativa revolucionária liberal. Os conspiradores conservadores travaram essa revoluçao.

A Conspiração de 1817 intensifica o espírito de revolta dos intelectuais maçons do Sinédrio em 24 de Agosto de 1820. "vamos convocar cortes para fazer uma constituição, cuja falta está na origem de todos os nossos males". Foram eleitas as cortes para se fazer a Constituição em 1822. O rei está no Brasil e as cortes intimam-no a regressar a Portugal. D. João VI regressou, mas antes designou regente o D. Pedro I. As cortes não aceitaram o regente e obrigaram-no a voltar a Portugal. Este não aceitou e declarou o Grito do Ipiranga "As cortes querem escravizar o Brasil, cumpre declarar a sua independência. Independência ou morte seja a nossa divida".

Em Maio de 1823 dá-se em Lisboa uma revolta militar, a Vila Francada. O rei rejeitou a Constituição. De um lado havia os descontentes com a independência do Brasil. De outro, havia as camadas mais intelectuais, prontas a assumir a constituição republicana.

Isto provoca a Abrilada em 1824, liderada por D. Miguel. Exige uma mudança de política mais clara.
O corpo diplomático salva a situação, levando o rei para solo inglês (em embarcações de guerra) e este, quando já a salvo, manda exilar D. Miguel em Viena de Áustria e, este aí ficou até 1826, data da morte do pai.
D.Pedro, o primogénito, devia suceder ao pai. Mas D. Pedro não podia deixar o trono brasileiro e encontra uma solução. D. Miguel casar-se-ia com a princesa D. Maria da Glória de 7 anos, filha do irmão e reger até à sua maioridade. D. Miguel jura a Carta e os esponsais. D. Carlota Joaquina queria a monarquia absoluta e queria aclamar D. Miguel como rei absoluto em 1828.
Havia então dois monarcas em Portugal: a rainha D. Maria II, criança, e o rei absoluto, D. Miguel. Os ingleses não aceitaram a situação.
D. Pedro incompatibilizou-se com o seu governo no Brasil e com a ajuda dos ingleses volta a Portugal, através de Angra do Heroísmo nos Açores. D. Pedro ataca o Porto e viu-se cercado no Porto durante um ano em 1832. Só em 1833 os liberais foram derrotados no Porto e mudaram a sua estratégia para o sul do país para se re-organizar a revolução liberal. As tropas subiram até Lisboa e em Cacilhas impõe-se a primeira e última resistência das tropas miguelistas, que foram derrotadas. Em 1833 chegaram a Lisboa e os liberais tinham agora a capital na sua mão. Em 1834 os generais miguelistas são obrigados a assinar Évora-Monte. D. Miguel assina e tem de sair do país. No mesmo dia os povo apedreja os dois reis, no momento do embarque de D. Miguel e, à noite, no S- Carlos, D. Pedro. Os burgueses não compreendiam como é que ele tinha sido tão generoso com o seu irmão Miguel, que tinha mandado enforcar tantos opositores ao seu governo. Eles queriam que o irmão também fosse executado. D. Pedro conquistou as instituições liberais e morreu de pneunomia pouco tempo depois. D. Maria da Glória casou então com um príncipe alemão, Ferdinand von Sachse-Coburg-Gotha. O Duque de Palmela organizou nova revolução em Setembro. O governo caiu e a rainha teve de chamar os chefes do movimento para substituir a carta constitucional de 1828. Os políticos mais conhecedores, Passos Manuel sabiam que a Constituição de 22 era muito radical. Entregava o poder ao Parlamento. Entrariam em ditadura. Os ingleses apoiaram os mais conservadores. A rainha chamou novamente o governo e suspendeu a revolução e volta a entrar em pleno vigor a carta constitucional. A rainha sem tropas foi obrigada a desistir do seu contra-golpe em 1836. A Belemzada não foi bem-sucedida. Mas a seguir há um progresso cultural: artes, politécnicos e educação parecem ser primordiais. Passos Manuel é quem organiza isto.
Entretanto abandona o governo por não ter sido aceite o seu projecto de sub-secretários. Nova batalha se segue e nova constituição se assina em 1838, em Lisboa. Houve alguma harmonia. Mas Costa Cabral proclama a carta constitucional e assim se regressa ao cartismo. Foi um dos políticos mais polémicos do séc. XIX. Era arsenalista e estes foram dissolvidos. Ele virou, assim, da extrema esquerda, para a direita mais intransigente e isso valeu-lhe grandes inimizades.

A revolta da Maria da Fonte designava a mulher do povo. Foram as mulheres que não tinham partido, nem política, nem nada que desencadearam na Póvoa do Lenhoso uma revolta. Tinha vindo a lei que não deixava enterrar as pessoas dentro da igreja e as mulheres contra as autoridades fizeram o enterramento dentro da igreja. Por todo o Minho, várias mulheres assaltavam as conservatórias do registo civil, "A maria da Fonte traz pistolas à cintura para matar os cabrais".
Organiza-se a revolta da patuleia, uma embuscada para acalmar a tropa indisciplinada. A guerra civil durou quase um ano - de 1846 até 1847. Os portugueses mataram-se uns aos outros até a quadrupla aliança - Inglaterra, França, Espanha e Portugal - obrigar os adversários a fazerem a paz.





1851 - Marechal Saldanha liderou uma revolta que teve origem no Porto. D. Fernando fazia parte dessa conspiração e Alexandre Herculano também. Dá-se mais uma revolução da Regeneração. O termo tantas vezes usado significa voltar a uma pureza primitiva, e é uma aspiração tradicional portuguesa para toda a transformação política. Todas as “Regenerações”pretendem que estão a voltar a um passado limpo.

1852 - acto constitucional que assinou a união entre cartistas e setembristas.













  • História de Portugal, vol.5
http://video.google.com/videoplay?docid=-1989512972316224047&hl=pt-PT (da Regeneração à República)

  • História de Portugal, vol.6
http://video.google.com/videoplay?docid=1777519014858918300&hl=pt-PT


História de D. Pedro e D.Inês
  • http://www.youtube.com/watch?v=rZ-Z7X9HsPY&feature=related
Camões, Soneto
  • http://www.youtube.com/watch?v=YWJqAAGbWBA

Os Lusíadas Cantados
  • http://www.youtube.com/watch?v=la4fwJ4Jlj0

  • http://www.oslusiadas.com/ (completos)
ANGOLA

  • guerra de angola (1975 - 2001) - http://www.youtube.com/watch?v=lPJCvZypJwA
Angola antiga
  • http://www.youtube.com/watch?v=By62gwvoBc0&feature=related

Tuesday, February 02, 2010

Aqui está a nova página: http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_literatura

Teoria da literatura

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Índice

[esconder]

[editar]Introdução

Teoria da Literatura é a argumentação científica ou filosófica da interpretação literária, da crítica literária, da História da Literatura e do conceito de Literatura no geral (literariedade, poeticidade, o literário, a sua definição enquanto poesia, etc.) Outras áreas comuns na Teoria da Literatura são a Estética, a Estilística Literária, a Retórica literária; também lhe pertencem a investigação da sua função social (Literatura e Sociologia), da sua função psicológica (Literatura e Psicologia) e da sua dependência em relação à antropologia (Literatura e Antropologia). . Outros círculos temáticos são teorias do texto, do intertexto, do autor, do leitor (teoria da recepção), da época literária, do cânon, da influência, da narratologia, do mito, do meio literário, da função da crítica literária, do género, dos personagens, da relação da literatura com outras artes (comparação artística) e com as outras ciências, a ficcionalidade e a realidade, a didáctica da literatura. A teoria da literatura é muitas vezes usada como sinónimo de Poética. Uma vez que as questões poetológicas podem elas próprias ser colocadas em questão, ser comparadas, sistematizadas e que estas práticas podem constituir, por outro lado, um fundamento teórico, faz mais sentido separar as duas áreas uma da outra. No mundo de língua inglesa a literary theory é muitas vezes colocada no mesmo patamar que literary criticism. O mesmo é válido para aqui: as tentativas de interpretação da Literatura podem elas próprias tornarem-se o objecto da teoria. A teoria da literatura é a tarefa central dos Estudos de Literatura Comparada.


[editar]Um pouco de História

É, no geral, difícil distinguir a História da Teoria da Literatura da da Estética Filosófica, da da Poética, Hermenêutica e da da Retórica Filosófica. As questões teórico-literárias surgem muitas vezes no trilho das grandes unidades históricas de pensamento, mas pode ser-lhes abstraída. No geral, a teoria da literatura apoia-se na poética e na retórica clássica grega; especialmente em Gorgias, Platão e Aristóteles. Com certeza que as normas de interpretação religiosa de texto, no exemplo representante de Mischnah (Repetição) e Midrasch (Disposição) da Tora judaica, constituem raízes históricas importantes da Teoria da Literatura moderna.


  • Desde os gregos que se vem estudando literatura e os aspectos inerentes a ela. Platão, na República, e especialmente Aristóteles, na Poética, dedicaram-se a tais investigações e são hoje fonte primária para a teoria literária. A Poética de Aristóteles foi de influência até ao século XVIII. Até este ponto as poéticas são livros de regras. Só com a criação do pensamento de génio do século XVIII e os bens do pensamento idealista do Romantismo é que a arte poética deixou de ser vista como um conjunto de regras claras (poética normativa) e passou a ser vista como uma produção individual. Isso teve como consequência que a arte poética passasse a ser analisada não mais através da observação de aplicação das regras dadas.
  • Elementos de filosofia da literatura encontram-se em Cícero e Quintiliano.
  • A Poética de Horácio debruça-se sobre a teoria dos géneros literários.
  • Na Idade Média domina a teoria ortodoxa da escrita dos sentidos quádruplos, a qual regulamenta uma afirmação da Bíblia : pode ser analisada do ponto de vista lexical, alegórico, moral e anagógico (interpretação mística dos livros sagrados).

A teoria da Literatura no sentido moderno é praticada apenas a partir de 1915 pelo Formalismo Russo, a primeira escola literária que questionou fortemente o que seria o literário num texto literário (literariedade), ao contrário de um texto comum. A partir de 1930 o Formalismo Russo desenvolveu-se, ao mesmo tempo que as correntes linguísticas de Ferdinand de Saussure colidiam com a filologia académica tradicional e o projecto estruturalista de investigação literária começava, o qual teve início com o Estruturalismo em Praga e obteve o seu ponto alto em França nos anos 50 e 60. Desde os anos 70 que autores como Michel Foucault, Jacques Derrida, Giles Deleuze, Paul de Man vêem uma crescente influência na teoria da literatura.

  • Vale sumariamente comentar as correntes anteriores à teoria literária. No classicismo houve uma veneração aos clássicos gregos e romanos, e as poéticas foram não apenas ressuscitadas como revalidadas e rescritas em diversos países e idiomas. Não se tratava de uma revisão da Poética clássica, e sim de uma adaptação para o mundo renascentistaem formação. Pouco adiante, quando o humanismo torna-se a ideologia dominante, o indivíduo ganha força. Ou seja, passa a se valorizar o escritor enquanto artista, suas inovações e invenções são vistas como obras de gênio e a análise literária recorre às biografias desses gênios como forma de explicar seu texto. Era um ponto de vista humanístico que os oitocentos substituirão gradativamente por uma perspectiva científica. E o resgate histórico que o mundo oitocentista se permite fazer traz à tona a história literária como primeira investigação científica da literatura.
  • Aliado ao biografismo, a história literária procura no contexto social e político da época as explicações ou relações com a obra literária. Mais tarde este mesmo século XIX consolida o racionalismo Iluminista e a literatura aos poucos é vista como ciência. Já se fala em ciência da literatura. Os modelos metodológicos desta ciência seriam – alternadamente ou em combinação – (1) biográfico-psicológico, (2) sociológico, e (3) filológico.
  • O movimento que surgiria, com a Neo Crítica estadunidesne e o Formalismo Russo, é de rompimento com esta noção de que a literatura só pode ser analisada sob o prisma de outra ciência. Os novos estudiosos querem uma análise imanentista da literatura, uma análise dos sons e ritmos dos versos, das estruturas narrativas da prosa, enfim, de aspectos estritamente literários.


[editar]Modelos e Métodos

Não existe um único método teórico de investigar literatura. No entanto, existem várias linhas de tradição de análise nos estudos humanistas, que têm uma relação forte com a teoria da literatura. As componentes indispensáveis das teorias literárias são as seguintes: Teorias interpretativas: toda a teoria da literatura exige ser um modelo básico para a interpretação de cada um dos textos literários; Construção de modelo: cada teoria deve oferecer um processo mais ou menos estandardizado, a partir dos quais, cada interpretação possa ser aplicada a textos ainda desconhecidos. Terminologia: os resultados obtidos a partir do modelo devem poder ser analisados segundo uma lista de conceitos gerais.

Uma teoria da literatura só é válida até que apareça um texto literário que já não se enquadre no esquema. Nesse caso, a teoria tem de ser adaptada às novas evidências. Além disso, a teoria da literatura procura apresentar afirmações que sejam válidas para todos os textos, mostrar constantes a-históricas. Por exemplo, o estruturalismo procurou analisar narrativas de maneira que se encontrassem critérios que valessem para todos os textos (o narrador conta a trama, onde o narrador e o narrado constituem a base de todo o texto.) Outras teorias consideram outros elementos mais importantes (perspectiva, a situação narrativa, etc.) A tarefa principal da teoria da literatura é dar à interpretação literária e à história da literatura uma estrutura geral e compreensível. Estas terminologias podem ser estruturadas segundo o objecto da literatura com que se relacionam: segundo o modelo de Jakobson pode ser o autor / emissor, mensagem/ texto, receptor /leitor, código ou contexto de uma acto de comunicação literária.


[editar]Teorias centradas no Autor

A este grupo pertencem, entre outros, princípios de inspiração biográfica, psicológica ou pisocoanalítica e as teorias da produção dos estudos literários empíricos. Em primeiro plano encontra-se a tentativa de resumir as intenções de um texto ('o que é que o autor nos quer dizer cm isto'), fazer a ponte entre a personalidade do autor para a obra (ou vice-versa), julgar a relação da obra singular e da obra geral e a representação de motivos recorrentes no contexto das obras. Há muito que já se distingue entre teoria do autor histórico, autor implícito (W.C. Booth) e função do autor (Foucault). Aqui encontra-se a transição para as teorias de contexto: aquilo, que se diz ser um autor é historicamente variável.


[editar]Teorias baseadas no texto

Todas as teorias que tratam do conteúdo literário distinguem tipicamente diferentes géneros de texto ou funções; a transição para leitor, código e contexto literário são aqui fluentes. A base é normalmente o resumo de um texto ou de um género textual, em que num segundo passo sejam definidos os critérios comuns. Questões do tipo 'Quando é que um texto se torna um poema?' ajudam aqui à compreensão.

Contam-se neste tipo de teoria a teoria narrativa, modelo de trama, teoria do drama (por ex: constelação de personagens), teoria da lírica, princípio teórico dos géneros ou princípio feminista e a teoria da intertextualidade.


[editar]Teorias centradas no leitor

Todas as teorias que tratam de consequências ou das intenções da literatura são modelos retórico-analíticos, estética da recepção e da investigação sobre a recepção da ciência da literatura empírica.

[editar]Teorias centradas no código

Princípios que tratam dos mecanismos de codificação ou das estruturas profundas dos textos, especialmente a Deconstrucção, Close Reading, Semiótica literária, Teorias da identidade e alteridade cultural e a Hermenêutica de Gadamer.


[editar]Teorias centradas no contexto

Todas as teorias que entendem o texto, não como estrutura primária, mas como ramificação secundária ou sintomas históricos e sociais. Exemplos são a interpretação literária marxista, o New Historicism, Ciências da Cultura e o Pós-Colonialismo.


[editar]Compreender Textos Narrativos

Um índice resume um texto de forma curta e objectiva, de tal modo que o leitor, que não conheça o original, seja informado do principal. O índice da indicações gerais sobre o texto: quem é o autor/autora? Qual é o título? Quando é que o texto foi publicado? De que género de texto se trata? Qual é o tema/problema? Na parte principal há indicações sobre a pessoa, lugar, tempo da acção e um pequeno resumo dos acontecimentos principais por ordem cronológica. O presente do Indicativo é o tempo verbal. Se se revê algum evento imprescindível, fá-se-lo através do Passado.


[editar]Objetos de estudo da teoria literária

[editar]Bibliografia

  • SOUZA, Roberto Acízelo. Perspectiva Científica. In: SOUZA, Roberto Acízelo. Formação da teoria da literatura. Niterói: Editora Universitária, 1987. p. 56-124.


[editar]Ver também

Wikiquote
O Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: Teoria da literatura.