Thursday, February 18, 2010

Michel Foucault, Silêncio, Sexo e Verdade - entrevista

  • Silêncio é liberdade. Há numerosos silêncios.
  • "Eu penso que o silêncio é uma das coisas às quais, infelizmente, nossa sociedade renunciou. Não temos uma cultura do silêncio, assim como não temos uma cultura do suicídio. Os japoneses têm. Ensinava-se aos jovens romanos e aos jovens gregos a adotarem diversos modos de silêncio, em função das pessoas com as quais eles se encontrassem. O silêncio, na época, configurava um modo bem particular de relação com os outros. O silêncio é, penso, algo que merece ser cultivado. Sou favorável que se desenvolva esse êthos do silêncio." Foucault
  • "Eu tenho dificuldade em ter a experiência do prazer. O prazer me parece ser de um controle muito difícil. Isso não é tão simples como usufruir das coisas. Eu devo confessar que é meu sonho. Eu gostaria e espero morrer de overdose de prazer, qualquer que seja. Porque eu penso que é muito difícil, e tenho sempre a impressão de não experimentar o verdadeiro prazer, o prazer completo e total; o prazer para mim está ligado à morte. (...) Eu não sei conceder a mim nem aos outros, esses prazeres intermediários que criam a vida cotidiana. Esses prazeres não significam nada para mim e eu não sou capaz de organizar minha vida de maneira a deixar um lugar pra eles. É a razão pela qual eu não sou nem um ser social, nem sem dúvida, no fundo, um ser cultural; e isso é o que faz de mim algo de entediante na vida cotidiana. Viver comigo, que chato!"

    (...)

    "Se você entende por "ética" um código que nos diga de que maneira devemos agir, então, claro, a História da sexualidade não é uma ética. Mas se por "ética" você entende a relação que o indivíduo tem consigo mesmo, quando age, então eu diria que ela tente a ser uma ética, ou ao menos mostrar isso que poderia ser uma ética do comportamento sexual. Essa seria uma ética não dominada pelo problema da verdade profunda que rege a realidade de nossa vida sexual. Penso que a relação que devemos ter conosco, quando fazemos amor, é uma ética do prazer, da intensificação do prazer. "




*ver o pdf completo em http://vsites.unb.br/fe/tef/filoesco/foucault/silencio.pdf - obrigada por esta página existir! é uma pena que haja tantos erros de língua portuguesa nestas traduções (pontuação, verbo ver, substantivo cidadão - plural (?)...!, etc...)

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